Com os recursos da realidade virtual somados à transmissão de aromas e à possibilidade de explorar sensações táteis, o sexo virtual se desenha de maneira ilimitada no futuro. Prevista para ser comercializada nos Estados Unidos e no Japão, uma novidade é a cadeira em dois modelos, masculino e feminino, em que os usuários podem fazer sexo a distância. Funciona assim: ele se senta e conecta seu pênis a um aparato redondo em forma de concha. Ela introduz na vagina um dispositivo cilíndrico, acoplado à sua cadeira. Considere variações. Com cada um encaixado a sua maneira, a relação sexual online é, no fundo, no fundo, uma masturbação a dois feita com vibradores sofisticados. Outra traquitana para fazer sexo a distância já foi confeccionada pela Vivid, a maior empresa de entretenimento adulto do mundo. Trata-se de uma roupa de neoprene, como aquelas usadas por surfistas, com 32 eletrodos embutidos, posicionados sobre lugares sensíveis do corpo. Em tese, ela permitiria relações sexuais virtuais bastante realistas. A roupa tem dois problemas básicos: ainda não foi aprovada para a comercialização nos Estados Unidos e custa 200 000 dólares. Por esse preço, muita gente deve continuar preferindo métodos mais práticos para melhorar sua vida sexual – como comprar carrões importados, por exemplo.
2. O sexo real vai acabar?
Por mais divertidos que possam ser os recursos de sexo virtual, dificilmente eles acabarão com aquela vontade louca de transar que fez nossa espécie chegar aonde chegou. Mas, para o psicanalista paulista Fabio Herrmann, o sexo virtual e individual se difundirá tanto que muitas pessoas podem acabar sentindo nojo das relações carnais. “As pessoas já estão substituindo o sexo tradicional pelo erotismo virtual, pelas relações individuais, pela masturbação”, afirma. E tem gente que acha as previsões de Nostradamus pessimistas...
3. Então, para que vai servir o sexo?
O sexo será cada vez mais sinônimo de recreação e menos de procriação. Desde o nascimento do primeiro bebê de proveta, a inglesa Louise Brown, em 1978, só nos Estados Unidos já nasceram cerca de 100 000 bebês por meio de técnicas artificiais. Para o antropólogo americano Matt Ridley, autor do livro The Red Queen: Sex and the Evolution of Human Nature, por volta de 2025 a clonagem de seres humanos será uma realidade. “A ligação entre reprodução e órgãos sexuais irá se quebrar. Será possível cortar um pedacinho qualquer do corpo de uma pessoa e desenvolver um ser com toda sua carga genética”, diz ele. “Como os embriões poderão ser melhorados em laboratório, não apenas as pessoas impossibilitadas de gerar filhos naturalmente irão procurar essa tecnologia.” Nessa perspectiva, dentro de algumas décadas o único motivo para dois seres humanos se relacionarem sexualmente será o prazer – o que parece ser um motivo bom o bastante.
4. Sexo vai continuar a ser uma máquina de dar dinheiro?
Geoffrey Miller, estudioso da teoria da evolução da University College London, acredita que o sexo move tudo neste mundo, da poesia à indústria de automóveis. Isso parece ser particularmente verdade na rede. Estima-se que metade do número de sites na Internet tenha seu conteúdo ligado a sexo. Nos Estados Unidos, cerca de 1,2 milhão de pessoas admitem passar mais de 11 horas por semana em sites pornográficos ou salas de bate-papo erótico. Manipular as fantasias alheias via modem é e continuará sendo um grande negócio em todo o mundo. A previsão é que a segmentação e o cardápio oferecido sejam ilimitados. Efeitos visuais, sonoros, táteis e olfativos estarão ao alcance do usuário da Internet de 2025. Uma das novidades, segundo cientistas, será o nariz robótico, capaz de converter os odores relacionados à sexualidade em impulsos elétricos, que serão então codificados e depois reproduzidos pela rede para o outro usuário conectado. Os mecanismos eletrônicos também farão com que os equipamentos de masturbação a distância tenham uma temperatura parecida com a do corpo humano.
5. Haverá limite para a pornografia na web?
Psicólogos, psicanalistas, sexólogos e sociólogos vêm estudando o que consideram exagero e vício de pessoas habituadas a usar a Internet como foco de prazer sexual. PIU (sigla em inglês para Uso Patológico da Internet) é o nome da doença classificada, pela Associação Americana de Psicologia, para pessoas que ficam mais de 38 horas por semana conectadas a sites de sexo – três horas a mais do que a jornada de trabalho francesa. O reconhecimento de distúrbios como esse poderá trazer regulamentações e novas propostas. Como ocorreu com a televisão, que já provocou discussões sobre a colocação de limites, a Internet pode passar por uma revisão.
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