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6. E a família, como fica?
Demógrafos acreditam que as famílias do futuro serão compostas de núcleos de pessoas que foram se juntando no decorrer do tempo, modelo diferente da família tradicional, com pai, mãe e respectivos filhos. Maria Coleta Oliveira, demógrafa da Unicamp, usa o termo “famílias recompostas” para definir a formação das próximas décadas. É o típico “os meus, os seus, os nossos”. São os casamentos seqüenciais, em que se vai mudando de parceiro à medida que a relação cansa. Isso já acontece, mas muitos especialistas acreditam que esse comportamento vai virar regra. Esse casa-descasa-casa deve acentuar a tendência de que os homens disputem acirradamente a guarda dos filhos.
7. O papel da dona-de-casa vai desaparecer?
As tarefas domésticas serão cada vez mais divididas com os homens. Sócrates Nolasco, psicanalista que coordena o Núcleo de Estudos sobre a Condição Masculina, no Rio de Janeiro, constatou, em pesquisas, que os homens anseiam vivenciar o universo doméstico. É difícil entender por que alguém deseja ter maior poder de decisão sobre qual marca de papel higiênico comprar ou querer ardentemente regular a temperatura do ferro para os diferentes tipos de tecido. Mas o fato é que já existem muitos que optam por um trabalho de meio período ou por atividades em casa justamente para poder vivenciar mais intensamente essa experiência familiar. Assuntos como culinária, antes vistos apenas como temas femininos, cada vez mais fazem parte dos interesses dos homens.
8. Iremos sofrer mais com problemas sexuais?
A indústria farmacêutica, que já lançou o Viagra para restaurar a impotência, prepara-se para produzir novas bombas em favor da libido, como produtos para aumentar a excitação feminina e masculina e resolver o fantasma da ejaculação precoce. “Acredito que haverá uma vacina para a Aids nos próximos anos e isso deixará as pessoas mais liberadas para viver o sexo”, diz o sexólogo e psiquiatra paulista Moacir Costa. Para ele, as perspectivas são de uma vida sexual mais resolvida e saudável, sem tantos bloqueios e tabus.
9. Quer dizer que ninguém mais vai sentir ciúme?
De acordo com a tese dos casamentos múltiplos, o que hoje é considerado um ato de traição no futuro poderá ser apenas uma leve pisada de bola, como aquela olhadinha para a loiraça ao lado. Especialistas em comportamento garantem, contudo, que o ciúme é inerente ao ser humano e continuará a existir. Portanto, talvez nunca chegue o dia em que todo o homerio de uma mulher cante “Parabéns a você”, numa linda confraternização na festa de aniversário dela.
10. As mulheres ainda vão precisar dos homens?
Para falar a verdade, não – em se tratando de reprodução. Elas terão à sua disposição bancos de sêmen diversificadíssimos para ter filhos quando quiserem, com as características genéticas e intelectuais desejadas. Isso para não falar das possibilidades de clonagem. A produção independente, cada vez mais praticada, deve tornar-se corriqueira. Uma pesquisa recente da revista Time revelou que 61% das mulheres americanas estão dispostas a ter um bebê sem um companheiro. A maternidade continuará a ser adiada em benefício da carreira profissional, até o momento em que as mulheres sentirem o desejo de ter um filho. Um cenário mais radical foi descrito pela feminista Charlotte Perkins Gilman, ainda no século XIX: as mulheres viveriam ótimas vidas assexuadas, reproduzindo-se por meio de óvulos não fertilizados. Não vai ser fácil se divertir num mundo desses.
Via: Confira a postagem original na Super.
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